O que está sendo discutido no Conselho BJ
O que está sendo discutido no Conselho BJ
No tópico do fórum do conselho da BJ, a FEJESC puxou o assunto sobre a estrutura de eventos do MEJ.
Vale a pena ler e comentar, já que esse ano estaremos organizando ENEJ e ESEJ 2013.
Se tiverem interesse podemos colocar aqui as respostas dos outros conselheiros.
Estrutura de eventos do MEJ
by Diogo Tesche » Tue Apr 24, 2012 10:24 pm
Olá pessoal.
Gostaria de trazer um tema para discutirmos, que na visão da FEJESC, tem que ser bem analisado e repensado. Trata-se da estrutura dos eventos do MEJ.
Chegamos a um ponto onde a estrutura dos nossos eventos estão praticamente insustentáveis. Todo santo evento (salvo raras exceções) é a mesma história, chegamos sempre muito próximos a data do evento com a corda no pescoço porque não alcançamos as metas absurdamente altas de captação.
E apesar de acontecerem casos destes, onde muitas vezes somos irresponsáveis, pois um prejuízo por menor que seja pode quebrar uma EJ ou uma federação, nós voltamos a persistir no erro e querer eventos cada vez maiores e glamourosos. (Acho que o ENEJ é o único evento com justificativa plausível para continuar crescendo, pois é muito estratégico para a Brasil Júnior, mas seu orçamento cresce de maneira desproporcional ao número de congressistas.)
Alguns fatos passados ilustram o que falo:
"No COMEJ Fortaleza (2004), a mania de grandeza natural do ENEJ sofreu um acréscimo considerável com o caráter “global” do evento, a recém fundação da BJ, etc. A dívida da FEJECE e a estima do MEJ cearense permaneceram as mesmas até 2007 pelo menos. Acho que foi o primeiro ENEJ a ter este tipo de resultado”.
“A Rio Jr. considerou que não cometeriam os mesmos erros da FEJECE, que eram mais preparados, que conseguiriam captar mais recursos, que o evento seria grandioso, teria escola de samba na abertura, premiação em dinheiro para o melhor case de projeto social e outras coisas do gênero. Além de ter acabado com a Rio Jr. naquela ocasião, as empresas juniores não assumiram como deveriam o resultado e não deram o suporte adequado à federação.”
“Mesmo com todo este histórico negativo, o ENEJ Floripa 2006 tinha um orçamento inicial de R$ 1.300.000,00, no Costão do Santinho. No final das contas o evento foi realizado por R$ 350.000,00 (patrocínio do SEBRAE + valor das inscrições) e ficou praticamente no 0 a 0, mas não foi o evento que desejávamos. As empresas juniores não deram o suporte necessário, principalmente porque eram gestões anteriores que haviam se comprometido com o evento, e a FEJESC ficou quase parada por 1 ano. Se o resultado fosse negativo, não sei se restariam 3 ou 4 EJs de pé. Além da parte financeira, a quantidade e a intensidade da utilização dos recursos humanos das EJs no último mês antes do evento também trouxeram problemas. Como a grande maioria desses recursos não tinham nem 6 meses de MEJ, muitos não suportaram o “tranco” e deixaram suas EJs, prejudicando a sua renovação organizacional no 2º semestre de 2006 e 1º semestre de 2007.”
(citações feitas por Thiago Francisco – Presidente da FEJESC e Conselheiro da BJ em 2004 e 2005 e organizador geral do ENEJ Floripa de 2006)
"Quanto à captação de recursos, ela é sempre muito complicada. Mais por sorte do que juízo talvez temos conseguido efetivar essa demanda, muitas vezes no último minuto do segundo tempo."
(citação do Diego Callegari - Presidente da FEJESC em 2008 e da BJ em 2009 - que acompanhou de perto a organização dos encontros destes anos)
Neste início de ano, estão em pauta os dois maiores eventos do MEJ, o JEWC (que pode ser considerado como o ENEJ dos outros anos) e o ESEJ. O primeiro ocorrerá em agosto e até o último repasse ainda faltavam cerca de R$ 180.000,00 para alcançar a meta do cenário pessimista, sendo que R$ 100.000,00 do Sebrae ainda não foram pagos e temos experiências anteriores que este dinheiro pode sair depois do evento, o que nos faz na pior das hipóteses ainda precisar de mais de R$ 280.000,00 para tornar o evento viável. Contando com a grana do Sebrae e a redução de custos, ainda precisamos de R$ 62.000,00 pelo que li na ata da última reunião da equipe financeira. Bem menos do que antes, mas ainda precisamos de dinheiro. Sem falar que no início existia um sonho de orçamento de mais de R$ 1.500.000,00! Caso não consigamos alcançar a meta, temo que mais uma vez tenhamos federações quebrando e dependendo do valor, e a Brasil Júnior pode balançar.
O ESEJ ocorrerá dentro de duas semanas, e até uns dias atrás estávamos levando um prejuízo de R$ 39.000,00. Valor que certamente poria em risco a saúde financeira da FEJEPAR e de suas EJs organizadoras. Para alívio, conseguiu-se um patrocínio salvador que junto com um corte de gastos trouxeram o evento para o 0 a 0. Mas isso há 20 dias do evento!
Ano que vem o ENEJ também tem metas altas e abro para vocês, sem problemas, que se a FEJESC tiver um prejuízo de R$ 5.000,00, adeus federação.
Acho que temos que avaliar melhor a questão e entender que é muito possível fazer eventos mais baratos e de qualidade. E outra, temos sei lá, uns 15 eventos de MEJ, e sempre queremos aumentar de tamanho sem melhorar os processos que fazem com que o evento aconteça, o sistema é insustentável. Na hora que alguém cair o tombo será grande.
Outro ponto que tem tudo a ver com isso, é que o conhecimento e competência das equipes de captação não acompanham a taxa de crescimento das metas. A coordenadoria de negócios na BJ, por exemplo, existe há quanto tempo, ou nem a coordenadoria, mas a captação para a BJ. Com certeza há muito tempo. E agora que estão fazendo um trabalho satisfatório (e que ainda pode melhorar muito, mas estamos no caminho certo). Mas isso não é porque a BJ é melhor ou o pessoal dos eventos não sabe nada, é porque realmente este processo de captação é difícil e complexo, existe um tempo de aprendizagem de uma organização e uma defasagem grande entre começar a prática e fazê-la se tornar eficaz.
Sei que podemos organizar eventos maravilhosos e de qualidade, porém vale a reflexão se estamos conseguindo fazer isso da melhor maneira. Nós achamos que não vale correr o risco de comprometer a saúde de federações e EJs em troca de fazer eventos caros e luxuosos, sem que isso agregue valor ao propósito dos eventos, que é de integrar e qualificar a rede. E também que é possível se pensar em terceirizar mais a organização com empresas que tenham know-how no assunto, para evitar problemas e não despender tanta mão de obra de empresários juniores.
Concluindo o pensamento, nem proponho a discussão em cima do objetivo dos eventos porque cairíamos em algo filosófico e que não traria resultado. Proponho que discutamos o que faremos para tornar nossos eventos sustentáveis, independente do tamanho que eles tenham.
Last edited by Diogo Tesche on Wed Apr 25, 2012 1:51 pm, edited 3 times in total.
Diogo Benites Tesche
Presidente Executivo
FEJESC - Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina
E-mail: diogobtesche@gmail.com
cel: (48) 9617-9608
gtalk/skype: diogobtesche
Vale a pena ler e comentar, já que esse ano estaremos organizando ENEJ e ESEJ 2013.
Se tiverem interesse podemos colocar aqui as respostas dos outros conselheiros.
Estrutura de eventos do MEJ
by Diogo Tesche » Tue Apr 24, 2012 10:24 pm
Olá pessoal.
Gostaria de trazer um tema para discutirmos, que na visão da FEJESC, tem que ser bem analisado e repensado. Trata-se da estrutura dos eventos do MEJ.
Chegamos a um ponto onde a estrutura dos nossos eventos estão praticamente insustentáveis. Todo santo evento (salvo raras exceções) é a mesma história, chegamos sempre muito próximos a data do evento com a corda no pescoço porque não alcançamos as metas absurdamente altas de captação.
E apesar de acontecerem casos destes, onde muitas vezes somos irresponsáveis, pois um prejuízo por menor que seja pode quebrar uma EJ ou uma federação, nós voltamos a persistir no erro e querer eventos cada vez maiores e glamourosos. (Acho que o ENEJ é o único evento com justificativa plausível para continuar crescendo, pois é muito estratégico para a Brasil Júnior, mas seu orçamento cresce de maneira desproporcional ao número de congressistas.)
Alguns fatos passados ilustram o que falo:
"No COMEJ Fortaleza (2004), a mania de grandeza natural do ENEJ sofreu um acréscimo considerável com o caráter “global” do evento, a recém fundação da BJ, etc. A dívida da FEJECE e a estima do MEJ cearense permaneceram as mesmas até 2007 pelo menos. Acho que foi o primeiro ENEJ a ter este tipo de resultado”.
“A Rio Jr. considerou que não cometeriam os mesmos erros da FEJECE, que eram mais preparados, que conseguiriam captar mais recursos, que o evento seria grandioso, teria escola de samba na abertura, premiação em dinheiro para o melhor case de projeto social e outras coisas do gênero. Além de ter acabado com a Rio Jr. naquela ocasião, as empresas juniores não assumiram como deveriam o resultado e não deram o suporte adequado à federação.”
“Mesmo com todo este histórico negativo, o ENEJ Floripa 2006 tinha um orçamento inicial de R$ 1.300.000,00, no Costão do Santinho. No final das contas o evento foi realizado por R$ 350.000,00 (patrocínio do SEBRAE + valor das inscrições) e ficou praticamente no 0 a 0, mas não foi o evento que desejávamos. As empresas juniores não deram o suporte necessário, principalmente porque eram gestões anteriores que haviam se comprometido com o evento, e a FEJESC ficou quase parada por 1 ano. Se o resultado fosse negativo, não sei se restariam 3 ou 4 EJs de pé. Além da parte financeira, a quantidade e a intensidade da utilização dos recursos humanos das EJs no último mês antes do evento também trouxeram problemas. Como a grande maioria desses recursos não tinham nem 6 meses de MEJ, muitos não suportaram o “tranco” e deixaram suas EJs, prejudicando a sua renovação organizacional no 2º semestre de 2006 e 1º semestre de 2007.”
(citações feitas por Thiago Francisco – Presidente da FEJESC e Conselheiro da BJ em 2004 e 2005 e organizador geral do ENEJ Floripa de 2006)
"Quanto à captação de recursos, ela é sempre muito complicada. Mais por sorte do que juízo talvez temos conseguido efetivar essa demanda, muitas vezes no último minuto do segundo tempo."
(citação do Diego Callegari - Presidente da FEJESC em 2008 e da BJ em 2009 - que acompanhou de perto a organização dos encontros destes anos)
Neste início de ano, estão em pauta os dois maiores eventos do MEJ, o JEWC (que pode ser considerado como o ENEJ dos outros anos) e o ESEJ. O primeiro ocorrerá em agosto e até o último repasse ainda faltavam cerca de R$ 180.000,00 para alcançar a meta do cenário pessimista, sendo que R$ 100.000,00 do Sebrae ainda não foram pagos e temos experiências anteriores que este dinheiro pode sair depois do evento, o que nos faz na pior das hipóteses ainda precisar de mais de R$ 280.000,00 para tornar o evento viável. Contando com a grana do Sebrae e a redução de custos, ainda precisamos de R$ 62.000,00 pelo que li na ata da última reunião da equipe financeira. Bem menos do que antes, mas ainda precisamos de dinheiro. Sem falar que no início existia um sonho de orçamento de mais de R$ 1.500.000,00! Caso não consigamos alcançar a meta, temo que mais uma vez tenhamos federações quebrando e dependendo do valor, e a Brasil Júnior pode balançar.
O ESEJ ocorrerá dentro de duas semanas, e até uns dias atrás estávamos levando um prejuízo de R$ 39.000,00. Valor que certamente poria em risco a saúde financeira da FEJEPAR e de suas EJs organizadoras. Para alívio, conseguiu-se um patrocínio salvador que junto com um corte de gastos trouxeram o evento para o 0 a 0. Mas isso há 20 dias do evento!
Ano que vem o ENEJ também tem metas altas e abro para vocês, sem problemas, que se a FEJESC tiver um prejuízo de R$ 5.000,00, adeus federação.
Acho que temos que avaliar melhor a questão e entender que é muito possível fazer eventos mais baratos e de qualidade. E outra, temos sei lá, uns 15 eventos de MEJ, e sempre queremos aumentar de tamanho sem melhorar os processos que fazem com que o evento aconteça, o sistema é insustentável. Na hora que alguém cair o tombo será grande.
Outro ponto que tem tudo a ver com isso, é que o conhecimento e competência das equipes de captação não acompanham a taxa de crescimento das metas. A coordenadoria de negócios na BJ, por exemplo, existe há quanto tempo, ou nem a coordenadoria, mas a captação para a BJ. Com certeza há muito tempo. E agora que estão fazendo um trabalho satisfatório (e que ainda pode melhorar muito, mas estamos no caminho certo). Mas isso não é porque a BJ é melhor ou o pessoal dos eventos não sabe nada, é porque realmente este processo de captação é difícil e complexo, existe um tempo de aprendizagem de uma organização e uma defasagem grande entre começar a prática e fazê-la se tornar eficaz.
Sei que podemos organizar eventos maravilhosos e de qualidade, porém vale a reflexão se estamos conseguindo fazer isso da melhor maneira. Nós achamos que não vale correr o risco de comprometer a saúde de federações e EJs em troca de fazer eventos caros e luxuosos, sem que isso agregue valor ao propósito dos eventos, que é de integrar e qualificar a rede. E também que é possível se pensar em terceirizar mais a organização com empresas que tenham know-how no assunto, para evitar problemas e não despender tanta mão de obra de empresários juniores.
Concluindo o pensamento, nem proponho a discussão em cima do objetivo dos eventos porque cairíamos em algo filosófico e que não traria resultado. Proponho que discutamos o que faremos para tornar nossos eventos sustentáveis, independente do tamanho que eles tenham.
Last edited by Diogo Tesche on Wed Apr 25, 2012 1:51 pm, edited 3 times in total.
Diogo Benites Tesche
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